Banda

Maranguape is POWERVIOLENCE

Breve histórico

Em março de 2001 surge em Maranguape, terra do saudoso Erasto Vasconcelos, a banda Arquivo Morto. Tratava-se de um grupo de jovens da periferia que tinha inspiração em bandas como a Devotos e que viram na música uma forma de expressar ideias e ações. Desde a sua fundação o grupo organiza em paralelo um coletivo de cultura em seu território, o Coletivo M-1. E é nessa relação entre o hardcore (com um repertório todo autoral) e ações de arte na sua comunidade de origem que a Arquivo Morto resiste e se fortalece nesses quase 22 anos de história.

A banda traz na sua bagagem participações em diversos eventos locais da cena underground, sendo hoje uma de suas maiores referências. Este reconhecimento ficou ainda mais objetivo quando os mesmos foram convidados para tocar na Edição Especial de 30 anos do Festival Abril pro Rock em 2022. Tendo circulado por vários estados do Nordeste e tocado com as maiores referências do cenário da música pesada, a banda foi também referência no Documentário Pesado – Lapada para Todos os Gostos – que foi exibido em vários festivais nacionais e, também, transmitido na Rede Globo.

A banda que já lançou splits com bandas do cenário da música pesada nacional e internacional , tais como ROT (SP), Fratteli (RN), Faixa de Gaza (CE), Diskordia (CHILE), Zabogart (INDONÉSIA) e Agathocles (BÉLGICA), atualmente, está relançando seu último disco em formato vinil, gravando um novo álbum e segue em busca de novos espaços para difundir a cultura periférica e ampliar o seu diálogo através da arte com o público em geral.


Hardcore Powertosco

O que é o powertosco?

A estética sonora da Arquivo Morto dialoga com a dinâmica sociocultural da periferia. O hardcore, sub gênero do Rock, que possui características ligadas à atitude crítica e som pesado, adaptou-se muito bem à realidade periférica brasileira. A sonoridade traz à tona a sensação de uma arquitetura caótica que se molda a partir da simplicidade e que é, ao mesmo tempo, complexa pois revela as contradições da sobrevivência dos mais vulneráveis nos espaços urbanos precarizados. Assim, a identidade sonora que ficou conhecida como powertosco busca apontar o poder por traz daquilo que, na primeira vista pode parecer apenas caótico, mas que revela sutilezas no diálogo entre o sentido das letras e as variações rítmicas e de textura dos sons. O hardcore powertosco pretende estimular a busca do complexo no aparentemente simples e revelar sentidos importantes escondidos na dinâmica caótica da sociedade capitalista.


Unidade periférica antifascista
na luta cotidiana pelo poder popular

O fascismo revela a face mais cruel do sistema capitalista. Desse modo, sua ameaça estará sempre presente na dinâmica do capitalismo e se mostrará, de forma mais nítida, em determinadas conjunturas. Sendo assim, as táticas fascistas ressurgirão de diferentes formas no decorrer da história. Assim como as mazelas comuns do sistema capitalista afetam mais fortemente as camadas populares, a expressão viva do fascismo sempre será o aprofundamento dos ataques à classe trabalhadora. Desse modo, construir unidade de luta nas periferias é uma tarefa cotidiana para todas as pessoas que vivem e se identificam com a resistência nesses territórios. A cena hardcore periférica tem um importante papel na composição dos movimentos de luta popular. Afinal, trata-se de uma expressão artística que aponta diretamente os problemas sociais das comunidades e que constrói espaços de diálogo e organização coletiva que despertam consciência de classe e, consequentemente, núcleos para resistência cotidiana pelo poder popular.


COLETIVO M-1

CONTRACULTURA EM MOVIMENTO

Em 2001, junto com o início das atividades da Arquivo Morto, surge em Maranguape I/Paulista o Coletivo M-1. Com o intuito de ocupar espaços públicos abandonados pelo poder público, o coletivo busca construir, de forma colaborativa, eventos culturais que aproximem às juventudes para o lazer acompanhando da formação política. A partir da compreensão das relações de poder e do processo histórico do bairro, a formação de sujeitos críticos passa a ser o principal objetivo do coletivo. Tendo como instrumento central a arte, o Coletivo M-1 acaba por acolher expressões artísticas mais marginalizadas e que apresentam na sua essência conteúdos ligados às contradições da vida cotidiana da classe trabalhadora nas periferias brasileiras. A capoeira, o Hip-hop, a Poesia Marginal e o Punk/HC surgem como as principais expressões a serem destacadas nessas intervenções.

O fazer coletivo e colaborativo atrelado às expressões culturais, normalmente marginalizadas pela indústria cultural, apontam para uma dimensão de construção de Poder Popular que se opõe às práticas individualistas e meritocráticas que buscam sufocar iniciativas ligadas à consciência de classe e organização de processos duradouros de formação política anticapitalista.

Estando a existência dessa coletividade ligada a uma leitura mais profunda da sociedade capitalista, torna-se fundamental a sua atuação em redes mais amplas de construção das lutas cotidianas. E é com base nisso que as ações não estão isoladas no território do bairro. Mas, sempre interligadas com outras territorialidades e coletividades em consonância com esses fazeres. Desse modo, pode-se pensar que a maior contribuição do coletivo para seu lugar é a resistência na formação de um núcleo de formação política anticapitalista interligado em redes em meio aos desafios da sobrevivência no cotidiano periférico. A arte como instrumento de luta popular!


Formação Atual

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